Em um dado momento a Luz, que é puro amor infinito, sentiu vontade de compartilhar todo aquele amor e criou o Recipiente, apenas para receber o que ela tinha a oferecer, em uma união perfeita.
Só que, um dia, de tanto receber amor, o Recipiente começou a absorver as características da própria Luz e também sentiu necessidade de compartilhar.
Como a Luz não podia receber do Recipiente, este começou a se sentir inferior e, usando de seu livre-arbítrio, se separou da Luz e criou o seu próprio mundo, finito.
Para a Cabala esse é o momento que os cientistas definem como o Big Bang, a criação do Universo a partir de uma gigante concentração de matéria e energia em um único ponto.
Para a Cabala, os seres humanos são descendentes diretos do Recipiente e, portanto, essencialmente recebedores.
Isso explica a imensa dificuldade de doar e compartilhar e o desejo de sempre receber. Basta observar as crianças. Antes de elas aprenderem a dividir com os amigos, são naturalmente egoístas e querem tudo para si. Faz parte da essência humana.
No fundo não há nada de errado com o fato de desejarmos bens materiais e não-materiais.
A grande questão é o propósito com que pedimos e o que fazemos com o que conquistamos.
Nosso grande desafio da matéria é aprender a transformar o egoísmo extremo que vivemos hoje - e que gera uma série de conflitos internos e externos - num ato de receber para compartilhar amor alegria, bondade, tempo, saúde e conhecimento.
Exatamente como desejava o Recipiente, no momento em que se separou da Luz(...)"
SANT'ANA, Thays - Cabala: manual de instrução da vida. Revista Bons Fluídos, Editora Abril - dezembro de 2009, pág. 180 e 181.
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