22 de novembro de 2009


Um trecho do texto de Clarissa Correa


"(...) Minha alma é péssima em matemática e às vezes se embanana com o português.
Na verdade, ela nada entende.
É tão pura e puta que só sente.
Minha alma trai o que minha boca mente.
É mais ou menos assim, um jogo de poder, cabo de guerra, luta corporal.
E cansa cansa cansa.

Olha, eu estou aqui pra pedir só um pouco, bem pouco de clareza.
Era pra ser libertador, não era.
Esse crescimento todo.
Libertador, encantador, renovador, ecoador, tumor, humor, torpor, calor, horror, ecoador, provador, dor, amor.
Um dia ainda faço uma poesia com essas palavras. Or, or. E termino ela com amor.
Aí mando pra você, com letra bonita, letra treinada durante meses em caderno de caligrafia.
Posso?
Jura que vai ler?
Por favor, leia. Em voz baixa, pra você, quieto, manso, terno.
Depois, se qualquer lágrima escorrer, deixa.
Ah, deixa, vai. Seja homem ao menos uma vez.
Deixa a poesia entrar em cada poro e te inundar.


Olha, eu estou escrevendo pra pedir com gana, com fúria, com verdade, com vingança, com uma cara bonita de saudade: não me esqueça.
Já passou, mas não esqueça.
Já morreu, mas não esqueça de lembrar.
Só pra provar que um dia a verdade cuspiu no meio da avenida.
E andamos para lados opostos(....)"


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