14 de maio de 2009

Mãe



(...) "Sei exatamente da normalidade da situação, do quanto todas as mães sentem, umas de forma mais intensa, outras de forma mais velada, a urgência de uma liberdade que sabemos irrecuperável. Trabalhamos, amamos, viajamos, vamos ao cinema, engordamos. Umas arquitetas, outras lavadeiras, umas obstretas, outras biscateiras, mas levamos gravado na testa, somos mães. Mulheres porém mães, jovens porém mães. Solteiras porém mães. Eternamente mães.

Penso nas que não podem ter as crianças de que gostariam, e nas que foram mães e já não o são, pela brutalidade de um acidente ou de uma doença que as fizeram perder o filho e a condição. Não há consolo para a impossibilidade. Por isso confesso, eu peco, porque tive três filhos saudáveis e desejados, porque nada a eles foi negado, nem saúde ou desamor, e no entanto me pego, distraída, a pensar como seria a vida sem esse legado." (...)

Trecho do livro "Divã" de Martha Medeiros - pág. 38, 2002 - Editora Objetiva Ltda.

Porque Dia das Mães é todo dia... e não uma simples data comercial, como nos impõe....

Feliz Dia de Hoje!

Abraços maternos a todos...



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